sábado, 11 de dezembro de 2010

Variação Linguística - História em quadrinhos

          Podemos entender como variação linguística o modo como determinada língua natural se diferencia, podendo variar de acordo com diversos fatores,segue abaixo, alguns fatores possíveis:

          1. Fator Histórico
          Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de uma língua. 
          O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivos. 
          A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.

          2. Fator geográfico:
           Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em torno de centros polarizadores , política e economia, que acabam por definir os padrões lingüísticos utilizados na região de sua influência. 
           As diferenças linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo.

          3. Fator social:
           Agrupa alguns fatores de diversidade:o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o gênero. 
          A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio.

          4. Fator Estilístico:
           Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas lingüísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo. 
          Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita e falda, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação.
         As diferentes modalidades de variação lingüística não existem isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser vista como uma variante social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para um indivíduo pertencente a uma classe menos favorecida.


        Através dessa pequna introdução feita à respeito da variação linguística, trabalhamos com uma historia em quadrinho do gibi da Turma da Mônica, mais especificamente, do personagem Chico Bento. Este é caracterizado por possuir uma linguagem caipira, ou seja, temos uma variação linguística de acordo com um fator geográfico. 
        Para a realização do trabalho solicitado pelo professor Baronas, selecionamos a seguinte história em quadrinho e alteramos a variação linguística, passando do caipira para o mineiro. Abaixo, segue, respectivamente,a história original e a história alterada.
         - História Original:





 
          -  História reescrita
Zé Lelé em, “Uai, mais eu to rindo a toa, sô!”.
Chico Bento: Uai Zé! Porque esse sorriso de orelha a orelha?
Zé Lelé: To namorando a Filispina, sô!
Chico Bento: A fia do coronel Agrispino?
Zé Lelé: Ela mesma, uai, em carne, osso e formosura.
Chico Bento: Eita trem bão! Aquilo que é um partidão!! Me conta uai! Ela já deu um beijo em você?
Zé Lelé: Não, ela não sabe esse trem...mas quando souber vai dá.
Chico Bento: E um cafunézinho ela já fez?
Zé Lelé: Não, ela não sabe esse trem, mas quando souber vai fazê.
Chico Bento: Mais um pão de queijo pra você ela já deve ter feito, uai?
Zé Lelé: Não ela não sabe esse trem também, sô! Mas quando souber vai fazer.
Chico Bento: Pelo menos ela já escreveu o nome de vocês na árvore?
Zé Lelé: Não ela não sabe esse trem, mas quando souber vai escrever.
Chico Bento: Uai, que trem de namorada que é essa que não sabe faze nada, sô?
Zé Lelé: Quem disse isso? Me conta, sô! Que eu vô tira satisfação!
Chico Bento: Mas foi você mesmo, filho de desinfeliz!
Zé Lelé: Eu? Você deve ter se enganado. Eu nunca disse esse trem.
Chico Bento: Uai, São Francisco! Dai paciência pra mim, sô! Então me explica porque ela não fez trem nenhum pra você até agora?
Zé Lelé: É porque ela não sabe que estamos namorando, uai, mas quando souber você vai vê, sô!
FIM

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Funcionalismo

          Roman Jackobson foi o piomeiro no que diz respeito a teoria funcionalista, estendo a noção de função da linguagem que o estruturalismo concebia, função eferencial, para funções mais amplas, levando em consideração as interações entre os sujeitos: emotivas, conotativas, fáticas, referenciais, poéticas ou metalinguísticas.
          Outros grandes nomes do funcionalismo são: Martinet, Kiparky, Labov, Halliday...
          O funcionalismo é uma corrente teórica da linguística que considera o estudo de uma língua como a investigação das funções desempenhadas pelos elementos, as classes e os mecanismos que intervêm nela; consequentemente com esta importância da função, o funcionalismo entende que o estudo de um estado de língua, independentemente de toda reflexão histórica, tem valor explicativo e não só descritivo, ainda, os funcionalistas apoiam-se na idéia de que o papel da língua como instrumento de comunicação é essencial.
          A corrente funcionalista, preza pelo estabelecimento de um objeto de estudo real, com isso, não há separação entre sistema e uso. Através disso,a linguagem é vista como uma ferramenta que se adapta as diversas funções.
          Gramáticas Funcionais:
            O objetivo de se construir uma gramática funcional é de formular um modelo de um falante de determinada língua natural, considerando as capacidades humanas, tais como, linguísticas, sociais, lógicas, epistêmicas, antre outras.

             - Devem seguir três princípios:
                 1. adequação pragmática
                 2. adequação psicológica (modo como os falantes formulam expressões)
                 3. adequação tipologica (explicar as similaridades e as diferenças entre os sistemas linguisticos)
        O funcionalismo expressou um grande salto no desenvolvimento da Lingüística e de postulados teóricos que serviram de base para o desenvolvimento de novas abordagens teóricas neste campo: Teoria da Comunicação, Sociolingüística, Fonologia, Semântica Estrutural, Poética Estrutural, etc.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Linguística Forense

          A Linguística Forense pode-se definir de forma geral como a interface entre linguagem e direito. Dois de suas características são:
          1.se trata de uma disciplina multifacética
          2.seu estudo revela uma natureza complexa, ao incluir toda uma série de áreas de investigação que estão relacionadas com a linguagem administrativa, jurídico e judicial, por um lado, e com o uso forense da prova pericial linguística em diferentes âmbitos, por outro.
          Na atualidade considera-se que as três grandes áreas de atuação de um lingüista forense são: a linguagem jurídica e legal (Language of the Law), a linguagem do procedimento legal (Language of the Legal Process) e a linguagem evidencial ou probatorio (Language as Evidence).
         Existe uma definição ampla de linguística forense que cobre todas estas áreas nas que a linguagem e o direito se interrelacionan, e uma definição restritiva que se refere especialmente à utilização de provas periciais nos julgamentos e, por tanto, à atuação dos lingüistas em contextos jurídicos e judiciais.

domingo, 5 de dezembro de 2010

As grandes escolas da Linguística - Borges Neto

          José Borges Neto, esclarece em uma entrevista as diferentes correntes linguísticas que não se excluem, e que sim co-existem, e questiona-se o porquê da existência de tantas teorias sobre o mesmo assunto. 
          Esses e outros assuntos são abordados numa entrevista que pode ser acessada através do seguinte link:  "História e filosofia da linguagem - uma entrevista com Borges Neto"

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

As grandes escolas da Linguística

          Todos os domínios da Ciência Linguística são organizados/ inscritos em quatro grandes escolas.

             1. Estruturalismo: a língua se explica por si só.
                    Exemplo de domínio: Semântica Referencial (sentido + referência);

             2. Gerativismo: a linguagem é inata ao homem.
                    Exemplo de domínio: Sintaxe (parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e das frases no discurso, incluindo a sua relação lógica, entre as múltiplas combinações possíveis para transmitir um significado completo e compreensível) ;

             3. Materialismo: a língua tem uma existência material, é na língua que a história ganha corpo.
                     Exemplo de domínio: Filologia ( ciência que estuda uma língua, literatura, cultura ou civilização sob uma visão histórica, a partir de documentos escritos.);

             4. Funcionalismo: a linguagem possui diversas funções que transformam a língua e a linguagem.
                     Exemplo de domínio: Pragmática ( studa os significados linguísticos determinados não exclusivamente pela semântica proposicional ou frásica, mas aqueles que se deduzem a partir de um contexto extra-linguístico: discursivo, situacional, etc.);

            Como em posts anteriores já foi falado sobre Estruturalismo e Gerativismo, nos dedicaremos a falar sobre o Materialismo.
              O Materialismo pode ser pensado através de quatro viés:
                   1. Bakntin: linguagem dialógica - os diálosgos determinam como a linguagem se organiza e quais as relações que os signos estabelecem entre si, lembrando que são relações de conflito.
                   2. Focault: erupções do discurso - estudar o porque, somente, alguns discursos alcançam o status de verdade, numa detrminada época; Princípio do Controle do Discurso: nem todos podem falar e nem todos podem falar sobre o que querem.
                    3. Fairghoach: interações e relações de poder - nas interações sociais é que são estabelecidas as relações de poder.
                    4. Pêcheux: materialização da ideologia - a linguagem está ancorada a ideologia do sujeito; pensar comoa ideologia se materializa na linguagem e como numa posição sócio-cultural o sujeito enuncia.

            É importante ressaltar que não podemos pensar em Linguística como uma transformação retilínea, são movimentos que ocorrem paralelamente.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um pouco mais sobre o Gerativismo...

          Retomando...
          O Gerativismo foi iniciado por Noam Chomsky, em oposição ao estruturalismo defendido por Bloomfield e seus seguuidores. Essa corrente, defendia que a linguagem era inata, sendo considerado uma "propriedade" da nossa espécie. O inatismo contava com três evidências para sustentá-los, porém, não eram suficientes:
           1. Todos os grupos humanos falam uma língua natural
           2. Todas as línguas tem o mesmo grau de complexidade
           3. A rapidez da aprendizagem de uma língua por uma criança
         Outra questão defendida pelos gerativistas, é de que a linguagem tem realidade biológica, com isso, está ligada ao organismo humando, um estudo é que ajuda a sustentar esse postulado é através do estudo das afasias:
         Afasia: dificuldade de lidar com a linguagem decorrente da lesão de alguma região cerebral especializada nas funçoes linguisticas. Se dá tanto na fala oral quanto na escrita. A afasia pode ocorrer em dois lugares distintos do cérebro, podendo ser na área de broca (afasia de broca) ou na área de Werniche (afasia de Wernicke), segue abaixo a figura para melhor identificação:

           

           Afasia de Wernicke: é uma alteração na linguagem oral e escrita, tornando a comunicação sem muita precisão, que é ocasionada por uma lesão neurológica.  Por ser causado por um transtorno primário (inflamação no conduto auditivo interno), lesão neurológica em decorrências de traumatismo crânio encefálico e/ou problema vasculares como AVC (acidente vascular cerebral) e AVE (acidente vascular encefálico).
            Alguns sintomas:
  • em alguns casos, perda da escrita
  • em alguns casos, perda da leitura compreensiva e silensiosa
  • dificuldade de narrar fatos e outros;
  • dificuldade ou incapacidade de reconhecer símbolos lingüísticos;
  • em alguns casos, o diálogo é deficiente ou quase impossível
  • dificuldade de memória.
             Afasia de Broca:  uso restrito e singular de algumas palavras, usando-as com diferentes entonações para diversos contextos. As orações construídas são simples com verbos no infinito e sem partículas de ligação
              Alguns sintomas:
  • a leitura compreensiva e silenciosa estão preservadas ou com certa dificuldades
  • entonação vocal prejudicada, ritmo lento e articulação tensa ( Broca )
          Há  ainda, um outro postulado defendido pelos gerativistas, o qual defendem que através de um número limitado de palavras se pode criar infinitos enunciados/orações capazes de exprimir o que pensamos, tal postulado nomeia-se: propriedade da infinitude discreta.

domingo, 21 de novembro de 2010

O Gerativismo

         O principal nome que podemos citar quando se fala em teoria gerativa, é de Noam Chomsky, responsável por um grande debate realizado nas Ciências Linguísticas, nos anos 50.
         O termo gerativo foi empregado devido essa teoria ser, exatamente,um sistema de regras e princípios formalizado ou explícito, o que significa que essas regras e princípios só podem ser operados sob condições específicas, sendo, no entanto, automaticamente aplicadas desde que satisfeitas essas condições podendo criar infinitas frases.
         Chomsky, defendia que o falante possue um saber inato sobre a sua própia língua, ou seja, o homem já nasce com com a linguagem, ela faz arte da natureza do homem, que permite que o indivíduo reconhece uma frase gramatical de uma estrutura agramatical. Por ser um mecanismo inato, Chomsky defende que a linguagem independe de fatores externos, do meio cultural que os falantes vivem.
         Com isso, estabeleceu-se o conceito da Gramática Gerativa: a partir de um conjunto limitado de regras, gerar um número infinito de frases. Para Chomsky, a língua não se define somente pelas frases existentes , mas também por aquelas possíveis de serem criadas a partir das regras.
         Noam Chomsky, em seu livro " Syntactic Structures", critica os seguidores de Bloomfield,, devido ao modo estruturalista que empregavam para analisar a linguagem. 
          O Gerativismo sucede o Estruturalismo, exte com ênfase apenas na gramática apresentada nos textos e aquele tem o falante idealizado (competência e desempenho).
         Atualmente, os estudos de Linguística tem por base um terceiro paradigma que sucede o Estruturalismo e o Gerativismo. Esse paradigma é a Pragmática onde o falante é o "sujeito" da ação e, defende a funcionalidade da língua e o que se denomina "gramática de uso". Nos estudos da Pragmática, a língua não é definida apenas como código com apenas o objetivo da comunicação, mas também como "interação" entre o falante e o interlocutor .

domingo, 14 de novembro de 2010

Afinal: O que é linguística?

           Acredito que a Linguística ainda é uma Ciência muito nova se comparada a outras ciências, mesmo dentro da Ciências Humanas como dentro das Ciências Exatas e Biológicas, por esse motivo, grande parte da população desconhece o que estuda e o que seria esse novo e promissor ramo das Ciências Humanas. Notei isso, porque sempre quando alguém me pergunta qual o curso faço, assim que respondo, as pessoas me olham com caras de ponto de interrogação, e sempre tenho que explicar, mesmo sendo difícil, as vezes, a gente definir o que a Linguística faz, porque ela é desmembrada em vários ramos. 
            Por esse motivo, procurei na internet alguns sites que falam sobre o que é essa nova Ciência e quais seus estudos, seus ramos de estudos. Aproveito também, para colocar nesse post algumas informações históricas da Linguística, como, por exemplo, seu surgimento....

Um pouco de história...
            A vida humana em sociedade não teria sido possível sem sistemas de signos que permitissem a comunicação. A ciência da linguística começou a se desenvolver quando os homens começaram a fazer perguntas sobre a linguagem que embalsava sua civilização. 
            O termo foi empregado pela primeira vez em meados do século XIX, para distinguir as novas diretrizes para o estudo da linguagem, em contra posição ao enfoque filológico mais tradicional. A filologia ocupa-se, principalmente, da evolução histórica das línguas, tal como se manifestam nos textos escritos e no contexto literário e cultural associado. 
           A linguística, desde o seu início vem passando por constantes transformações, como já citamos aqui, tivemos a Gramática Comparada, o Estruturalismo, e ainda, voltando um pouco na história,tivemos a linguagem vista sobre o ponto de vista dos gregos e dos romanos (os quais estudavam a língua, para protege-la, tentando impedir que o latim culto se transforma-se em uma latim Vulgar) e mais recentemente temos o Funcionalismo e o Gerativismo, que melhor abordarei em tópicos seguintes.
           Uma coisa temos como certo, segundo Eni Orlandi: O homem sempre está a procura de respostas que possam explicar a linguagem, pois ela o acompanha desde sempre, isto através da literatura, poesias, religião, lendas, entre outros. Tudo isso, mostra a curiosidade do homem pela linguagem.
        
O que é Linguística?
            Linguística é o estudo científico da linguagem e um linguista é alguém que realiza esses estudos. Como toda a ciência, ela baseia-se em observações conduzidas através de métodos, com fundamentação em uma teoria. Portanto, a função de um linguista é estudar toda e qualquer manifestação linguística como um fato merecedor de descrição e explicação dentro de um quadro científico adequado.

Linguista não é poliglota...
          Alternativamente, alguns chamam informalmente de linguista a uma pessoa versada ou conhecedora de muitas línguas, embora um termo mais adequado para este fim seja poliglota.

Divisões da Linguística:

1. No que diz respeito ao estudo da língua: 

Fonologia: estuda os menores segmentos que formam a língua, isto é, os fonemas/ estuda os diferentes sons.
Morfologia: estuda as classes de palavras, suas flexões, estrutura e formação/ estudo da estrutura interna da língua.
Sintaxe: estuda como as palavras se combinam para formas as frases.
Semântica: estuda os sentidos das frases e das palavras que a integram;
Lexicologia: o estudo do conjunto das palavras de um idioma, ramo de estudo que contribui para a lexicografia, área de atuação dedicada à elaboração de dicionários, enciclopédias e outras obras que descrevem o uso ou o sentido do léxico.
Terminologia: estudo que se dedicada ao conhecimento e análise dos léxicos especializados das ciências e das técnicas.
Estilística: o estudo do estilo na linguagem.
Pragmática: o estudo de como as oralizações são usadas (literalmente, figurativamente ou de quaisquer outras maneiras) nos atos comunicativos.
Filologia: o estudo dos textos e das linguagens antigas.

2. No que diz respeito ao foco de análise:

Linguística Descritiva ou sincrônica: fala de uma língua, descrevendo-a simultaneamente no tempo, analisa as relações existentes entre os fatos linguísticos em um estado da língua, além de fornecer dados que confirmam ou não as hipóteses. Modernamente, ela cede lugar à Linguística Teórica, que constrói modelos teóricos, mais do que descreve.
Linguística Histórica ou diacrônica: analisa as mudanças que a língua sofre através dos tempos, preocupando-se, principalmente, com as transformações ocorridas.
Linguística Teórica: procura estudar questões sobre como as pessoas, usando suas linguagens, conseguem comunicar-se; quais propriedades todas as linguagens têm em comum; qual conhecimento uma pessoa deve possuir para ser capaz de usar uma linguagem e como a habilidade linguística é adquirida pelas crianças.
Linguística Aplicada: Utiliza conhecimentos da linguística para solucionar problemas, geralmente referentes ao ensino de línguas, à tradução ou aos distúrbios de linguagem.
Linguística Geral: Engloba todas as áreas, sem um detalhamento profundo. Fornece modelos e conceitos que fundamentarão a análise das línguas.

3. Conexões com outras Ciências.

Psicolinguística: estuda a relação entre a linguagem e a mente.
Sociolinguística: estuda a relação entre a linguagem e a sociedade.
Etnolinguística: estuda a relação entre a linguagem e a cultura (cultura não no sentido de erudição ou conhecimento livreiro, mas sim como as tradições de um povo, esta cultura que todos possuem.)
Neurolinguística: é a ciência que estuda a elaboração cerebral da linguagem.
Linguística Forense: fusão entre Direito e Linguística, voltando seus estudos para identificar textos contestáveis, identificar grafias...

Geolinguística: estuda as línguas em seu contexto geográfico.

Entre outras... 

          Pretendo dedicar um post para cada alguns desdobramentos da linguística, principalmente, no que diz respeito a sua fusão com outras ciências, assim como já foi feito, com a psicolinguística e com a geolinguística.

"A Linguística é a parte do conhecimento mais fortemente debatida no mundo acadêmico. Ela está encharcada com o sangue de poetas, téologos, filósofos, filólogos,psicólogos, biólogos e neurologistas além de, não importa o quão pouco, qualquer sangue possível de ser extraído de gramáticos. "
Jornalista norte-americano Russ Rymer.

Referências:
http://www.coladaweb.com/literatura/o-que-e-linguistica
http://www.brasilescola.com/portugues/linguistica.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lingu%C3%ADstica
http://www.lendo.org/o-que-e-linguistica














segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Hipótese de Sapir-Whorf

           Em 1.921, Sapir, propôs uma nova perspectiva sobre a linguagem, sugerindo que esta influenciaria a maneira como os indivíduos pensam, ou seja, Sapir afirmava que a visão de mundo que um sujeito possui é controlada, de alguma forma, pela linguagem que esse indivíduo utiliza. 
          Além disso, Sapir acreditava que a lingüística como ciência é uma forma de libertação, uma evidente ruptura da cadeia historicamente construída.
          Por exemplo: o conceito de tempo nos tempos verbais – presente, passado, futuro. Na língua hopi não há tempos verbais, mas marcas de diferenciação sobre relato de fatos, expectativas e verdades gerais. Com isso, a noção de tempo que dos indivíduos que se utilizam de marcações verbais, é distinta da noção de tempo que os falantes da língua Hopi têm.  
          Na década de 1.940, Benjamin Whorf passou a adotar e desenvolver a hipótese de Sapir, com isso,  deu-se origem a hipótese Sapir-Whorf.
           Benjamim, também acreditava, que a linguagem fuda a realidade, restringindo o pensamento. Como exemplo para essa hipótese, temos os nomes de cores que podem variar enormemente. Em navajo, cinza e azul tem uma só palavra; em hebraico, há uma palavra para azul do céu e outra para azul do mar. Em shona, há uma só palavra para laranja, vermelho e roxo. 
         

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Gramática comparada

             A Gramática Comparada, ou Linguística Comparada, surgiu no século XVII, mas ganhou força somente no sécul XIX, com os pensamentos voltados para a idéia de um ideal universal das línguas, tendo como referentes razões bíblicas,crenças, formação de uma gramática universal, preocupando-se então com os aspectos diacrônicos das línguas, como elas evoluem, assim sendo, buscavam compará-las e  assim
encontrar parentescos entre as diversas línguas.
            Podemos citar como um nome extremamenete relevante dessa época, o alemão Franz Bopp (1791-1867), considerado o fundador da gramática comparada, o mesmo, escreveu um livro sobre a conjugação do sansctito, abrindo novas perspecivas para a linguística, sendo considerado um filólogo do sânscrito.
             Com a comparação do sânscrito com outras línguas, notou-se parentesco entre o sânscrito, línguas gregas, latinas, persas e germânicas, atribuindo a essa "família" de línguas o nome de Indo-Européias. Os estudiosos que voltam seus estudos para as línguas Indo-Européias, consideram essas línguas sendo de uma mesma família com uma origem em comum, o Indo-Europeu, o que poderiamos chamar de proto-língua. Chegou-se a essa observação através do método comparativo.
              Eni Orlandi, diz que a grande contribuição das Gramáticas Comparadas foi evidenciar que as mudanças sofridas pelas línguas são regulares, têm uma direção. Não são caóticas como se pensava. No século XIX, para mostrar a regularidade das mudanças, alguns gramáticos históricos, os neogramáticos chegaram a enunciar leis para as mudanças da língua: as leis fonéticas. Por elas, os estudiosos procuravam explicar a evolução da língua. 
                Devido aos neogramáticos que a língua  deixou de ser vista como um organismo que se desenvolve por si e passou a ser vista como um coletivo.
                 Enfim...
" A Gramática Comparada constitui-se no século XIX, a partir dos trabalhos de Franz Bopp. Caracterizou-se pela utilização do método comparativo, que consiste em comparar formar semelhantes de línguas consideradas como sendo da mesma família de línguas.A Linguística Comparada,  tem como obejtivo estabelecer correspondências entre línguas para poder estabelecer suas relações de parentesco."

Sílvio Ribeiro da Silva – Doutorando em Lingüística Aplicada

Um pouco sobre a história da Linguística

          Para entendermos melhor os momentos que a Linguística passou, poderiamos estabelecer duas fases, sendo a primeira uma fase pré linguística e a segunda uma fase linguística.

          1ª fase: Pré-Linguística - não existia uma metodologia para explicar como os fenômenos linguísticos ocorriam; a linguagem era algo secundário; não se focavam em problemas de ordem linguística
           - Gregos (século V a.C): a linguagem era vista como um produto da sociedade ou da natureza; 
           - Gramática Universal (século XVIII): existência de uma gramática comum a todas as línguas, A Gramática de Port- Royal.
           - Gramática Comparada (século XVX): todas as línguas existentes vieram de uma língua mãe, proto língua, origem em comum.
           - Neogramáticos ( final do século XIX): preocupados em explicar porque as línguas mudam, através de um modo científico.

         2ª fase:  Linguística
           - Início: trabalhos de Saussure - publicação do Curso de Linguística Geral
           - A primeira vez que se instaura um obejto de estudo de ordem do linguístico: langue. 
          - Com os trabalhos de Saussure, temos uma descrição do funcionamento das línguas, nos mostrando que os níveis linguísticos são regulares. E também, temos a exclusão do sujeito, da his´toira e do referente/objeto ( não precisa-se estar diante de um objeto para falar dele).
             Pós- Saussure: surgiram correntes que incluiam em seus estudos aquilo que Saussure deixou a deriva em seus estudos, segeu alguns exemplos:
                 Pragmática: inclui a noção de sujeito - como ao enunciar o sujeito inclui sua idéia em seu enunciado, ou seja, pensar os atos da linguagem como atos perfomativos, que indicam uma ação;
                  Filologia: inclui o histórico - trazer para seus estudos as tranformações históricas das línguas;
                  Semântica referencial: inclui a noção de objeto/referente - explicar porque os objetos têm o nome que tem. 
           Todos esses domínios que vão aparecer após Saussure, vão ser inscritos dentro de quatro grandes escolas na linguística:  estruturalismo, gerativismo, materialismo e o funcionalismo.

sábado, 30 de outubro de 2010

Neurolinguística

          Neurolinguística é a ciência que estuda a elaboração cerebral da linguagem. Ocupa-se com o estudo dos mecanismos do cérebro humano que suportam a compreensão, produção e conhecimento abstracto da língua, seja ela falada, escrita, ou assinalada. Trata tanto da elaboração da linguagem normal, como dos distúrbios clínicos que geram suas alterações.
          Interdisciplinar por natureza, este campo caminha na fronteira da Linguística, Neurobiologia e Engenharia informática, entre outros. Investigadores de várias especialidades sentem-se atraídos a ele, trazendo consigo técnicas experimentais diversificadas tal como perspectivas teoréticas altamente diferentes. O termo neurolinguística tem, historicamente, sido associado com afasiologia, o estudo de déficits linguísticos e sobre-capacidades, resultantes de formas específicas de danos cerebrais. Mas esse é um ramo diferente.
           Foi originada em meados do século XIX pelo francês Paul Broca e com o alemão Karl Wernicke. O que eles fizeram foi estudar e caracterizar a afasia (nome dado a um distúrbio de linguagem provocado por uma lesão cerebral oriunda ora por traumatismo, ora por acidentes vasculares cerebrais) de pessoas que tinham sofrido alguma lesão no cérebro, e então, depois da morte dos pacientes, a fazer exames post-mortem para determinar que áreas do cérebro haviam sido danificadas.Estudo do processamento normal e patológico da linguagem a partir de construtos e modelos elaborados no campo da Linguística, da Neuropsicologia, da Psicolingüística, da Psicologia Cognitiva. A este item vincula-se ainda o interesse por temas neurolingüísticos tradicionais como neuro-psicofisiologia da linguagem, semiologia das chamadas patologias da língua.

Psicolinguística

       Psicolingüística é o estudo das conexões entre a linguagem e a mente que começou a se destacar como uma disciplina autônoma nos anos 1950. Ela não se confunde com a Psicologia da Linguagem por seu objeto e metodologia, apesar de muitos teóricos afirmarem que a Psicolingüística é um ramo interdisciplinar da Psicologia e da Linguística. De alguma maneira, seu aparecimento foi promovido pela insistência com que o lingüista Noam Chomsky defendeu, naquela época, que a Linguística precisava ser encarada como parte da psicologia cognitiva, além de outros fatores como o interesse crescente da Lingüística pela questão da aquisição da linguagem.      A psicolingüística analisa qualquer processo que diz respeito à comunicação humana, mediante o uso da linguagem (seja ela de forma oral, escrita, gestual etc.). Essa ciência também estuda os fatores que afetam a decodificação, ou seja, as estruturas psicológicas que nos capacitam a entender expressões, palavras, orações, textos.
     A comunicação humana pode ser considerada uma contínua percepção-compreensão-produção. A riqueza da linguagem faz com que esse contínuo se processe de várias maneiras. Assim, dependendo da modalidade, visual ou auditiva do estímulo externo, as etapas sensoriais em percepção serão diferentes. Também existe variabilidade na produção da linguagem; podemos falar, gesticular ou escrever.
      Outras áreas da psicolingüística são centradas em temas como a origem da linguagem no ser humano. Algumas analisam o processo de aquisição da língua materna e também a aquisição de uma língua estrangeira. Segundo Noam Chomsky, teórico de destaque na escola inatista, os humanos têm uma Gramática Universal inata(conceito abstrato que abrange todas as línguas humanas). Já os funcionalistas, que se opõem a essa corrente de estudos, afirmam que a aquisição da linguagem somente ocorre através do contato social.
      Enfim, a Psicolinguística se interessa pela produção e compreensão da linguagem humana. A ideia é saber o que se passa na cabeça de um falante quando este fala ou ouve, tarefas estas que dizem respeito à comunicação humana.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A linguistica de Saussure

           Saussure iniciou um novo período na história das Ciências Linguísticas. Até então, o que vinha se desenvolvendo eram trabalhos com uma visão diacrônica da língua, estudando apenas a evolução das línguas, tal trabalho era realizado pela Linguística Comparada.
           Foi então, que Saussure propôs um novo método de análise da língua, passando a estudá-la sobre o ponto de vista sincrônico, ou seja, como os elementos do sistema ( a língua), funcionam no atual momento, quais são suas inter-relações, sendo então, deixado os estudos diacrônicos da língua, com isso, podemos expor uma das dicotomias elaboradas por Saussure: Diacronia x Sincronia.
           O mestre genebrino defendia que a língua era um sistema de valor puro e homogêneo, ou seja, o sistema é regido por relações arbitrárias e convencionadas. Em seus estudos, Saussure deixou de lado a fala (parole)  e se focou nos estudos sobre a língua (langue), pois, segundo ele a parole era algo individual que está sujeito a interferência de objetos externos não linguísticos,podemos entender também, a parole como  sendo as várias formas que o sujeito tem para se utilizar do sistema;  já a langue é um sistema de valores que se opõem uns aos outros,  é da ordem do coletivo, e possui uma certa homegeinidade, por esse motivo,a  langue é o objeto de estudos da Línguística. Sendo assim, nos deparados com uma das dicotomias enunciadas por Saussure: langue x parole.
         O valor do sistema de uma determinada língua, não é algo pronto, pré concebido, e sim fruto de convenções entre os falantes de uma mesma língua, o valor, se dá através das relações entre os signos, o qual, permite que nosso pensamento amorfo se organize para que sejamos capazes de compreender e expressar nossas idéias. Além disso, Saussure defende que o Signo Linguístico é composto por uma dicotomia, ou seja, Significado x Significante, o primeiro representaria o conceito que temos de de determinado significante, sendo este a imagem acústica. Um exemplo, bem simples, seria de que ao pronunciarmos a palavra "boi", vem em nossa mente o conceito que temos dessa palavra, como por exemplo: animal, ruminante, masculino., entre outros conceitos, já a imagem acústica seria a fonética palavra, no caso [´boi].
          Ainda sobre os signos, Saussure anuncia que não nenhuma relação obrigatória entre significado e significante, ou seja, quando pronunciamos a palavra boi, não há nada no aspecto fonético dessa palavras que nos remeta ao conceito (significado) que temos dessa palavra. O que podemos dizer é que há uma convenção na sociedade e que ao pronunciarmos tal palavras (imagem acústica), nos remetemos também, ao seu conceito. Nesse caso, nomeamos toda essa explicação de arbitrariedade do signo linguístico.
          Outra característica que Ferdinand destacou sobre os Signos Linguísticos diz respeito a linearidade s significante, sendo aplicada somente a ele, pois os fonemas, morfemas, lexemas e sintagmas são emitidos sob uma linearidade, uma linha.
           Ainda, podemos citar uma outra dicotomia estabelecida por Saussure: Paradigma x Sintagma. O sintagma seria a combinação de formas de uma mesmo nível linguístico para formar formas do seu nível linguístico superior, como exemplo, os fonemas ao se juntar, formam os morfemas, que ao seu agruparem entre si, vão formar os lexemas. Isso ocorre devido a dupla articulação da linguagem, que remete a essa organização para formar níveis superiores, e ainda, temos que os fonemas compõem a segunda articulação, sendo considerado elementos distintivos, já os morfemas, lexemas, sintagmas formam a primeira articulação, sendo considerados elementos significativos.
            Além disso, os sintagmas excluem a possibilidade do falante utilizar dois termos ao mesmo tempo, sendo necessário uma escolha. Por sua vez, o falante realizará essa escolha através dos paradigmas que a língua oferece, sendo esse, considerado um banco de reservas da própria língua, cuja suas unidade se opõem, pois o uso de uma, exclui o uso de outra.

"Na língua só existem diferenças."
Ferdinand Saussure

O estruturalismo

          O termo estruturalismo, é abordado pela primeira vez, no Curso de Linguística Geral - Ferdinand Saussure (1.916), segundo o qual, essa "corrente" se propunha a estudar qualquer língua como um sistema, com maior enfoque sobre a forma e a estrutura dessa língua em questão.
          De um modo geral, o estruturalismo procura as inter-relações, as estruturas, através das quais o significado é produzido dentro de uma cultura.     
          O estruturalismo, se considerarmos mundialmente, teve seu auge entre os anos de 1.940 -1.950, porém, no Brasil, o período ápice do estruturalismo foi nos anos de 1.960, tendo início em 1.942 com Mattoso Câmara.
         Há grande nomes que podemos citar como representantes do estruturalismo, tais como: Saussure, Benveniste, Bloomfield, entre outros. Os dois grandes nomes citados primeiro, pertencem ao que denominados estruturalismo europeu, já Bloomfield, pertence ao estruturalismo americano.

Estruturalismo Europeu: 
          Representantes importantes: Ferdinand Saussure, Émile Benveniste, Claude Lévi-Strauss, Jacques Lacan, Michel Foucault....
         Princípio da estrutura: as línguas são estruturadas, com isso, deve-se descrever os elementos linguísticos dentro do sistema da língua.
            Os estruturalistas europeus, divergem dos estruturalistas americanos no método de análise da línguas, estes acreditavam que primeiro se cria hipóteses e depois analisa os dados, ou seja, tarabalhavam com o método hipotético dedutivo. Iss, porque, acreditavam que a língua tinha sua própria orgaznzação interna e não se podia obter dados fora do sistema, além disso, defendiam que a língua é um sistema de signos que se decide nas relações internas.

Estruturalismo Americano: 
          Representantes importantes: Leonard Bloomfield, Franz Boas, Edward Sapir...
          Os estruturalistas americanos, são também conhecidos, como distribucionistas. Acreditavam que para se estudar uma língua deveriam partir de um conjunto de corpus o mais variado possível, e com frases ditas efetivamente, por falantes da língua em questão, em uma determinada época. O objetivo desses estudiosos era descrever as regularidades encontradas na língua, através desses corpus. 
           Com isso, podemos dizer que os estruturalistas americanos, trabalhavam com o método indutivo, ou seja, primeiro se analisa os dados reais e depois se criam as regras.
           Segue abaixo, um exemplo de análise dos distribucionistas:

                        OS       MENINOS        SÃO        LEVADOS
                          |                |                     |                    |
                       Art.           Subs.             V.L               Adj.        -- 1ª Etapa: Classificação
                          \                 /                    \                   /
                          Sintag. Nom.                    Sintag. Verb.           -- 2ª Etapa: Peq. Segmentos
                                   |                                       |
                               Sujeito                            Predicado            -- 3ª Etapa: Funções

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Geolinguística

Geolinguística: estudo da língua de acordo com o espaço geográfico que ela está inserida.

Conceitos importantes: 
Idioleto: modo particular que cada indivíduo fala. Alguns linguistas consideram que o idioleto não é uma linguagem. Isso se apoia no fato de que a linguagem é como um código,não sendo possível cada indivíduo possuir um código individual.
Dialeto ou Patoá: é o falar próprio de uma região. O patoá é constituído pelas várias maneiras de se falar de uma região, possuindo então, uma semelhança com a Língua Oficial.
Dialetologia: estudo dos dialetos, deu origem aos Atlas Linguísticos.
Língua Nacional: é a Língua Oficial de uma nação, é através dela que ocorrem as relações entre os cidadãos e o Estado. Uma nação pode ter mais de uma Língua Nacional, como é o caso da Bélgica e da Suíça.
Jargão: são as modificações que determinados grupos sócio-profissionais realizam na língua, ou seja, os linguistas possuem determinadas palavras em seu léxico que diferem das palavras que os médicos possuem em seu léxico, por exemplo. Podemos considerar a gíria, um caso particular de jargão.
Mistura de línguas: através da relação de duas comunidades que possuem línguas diferentes, quando em contato, há uma mistura dessas duas línguas, criando-se uma "nova língua" que pode ser classificada das seguintes formas:
     SABIR: quando essa "nova língua" é utilizada somente pare certos fins, como para o comércio, por exemplo. Essa língua também não possui uma gramática coerente.
     PIDGIN: quando essa "nova língua" possui uma gramática coerente.
     CRIOULA: quando essa "nova língua" se torna a língua principal ou única da comunidade.
Multilinguismo: quando o sujeito domina mais de uma língua, aprendidadas como língua materna.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Comunicação animal e linguagem humana

Esse post vai ser dedicado a uma resenha sobre o texto "Comunicação animal e Linguagem Humana" - Émile Benveniste, retirado do livro Problemas de Linguística I, do mesmo autor já referido.

Mundo animal: "Não existe nenhuma forma, mesmo que rudimentar, que se pareça com a linguagem humana".

É importante lembrar, que o precursor dos estudos que será citado abaixo foi Karl Von Frisch, que ápos a observação que as abelhas voltavam para a colméia ao encontrar um alimento, e logo mais, um maior número delas estaria no mesmo lugar, a partir dessa observação, Karl, passou a investigar como seria o modo que essas abelhas se comunicariam.
Ao voltar para a colméia, a abelha realiza uma dança, avisando para as outras que encontrou alimento e a direção e distância que ele se encontra, logo, um grupode abelhas saem da colméia e vão para o lugaer exato que se encontra o alimento. Estudos mais recentes, mostram que a abelha que encontrou a fonte de alimento, não volta para o local.
Conclui-se então, que as abelhas possuem um modo particular de se comunicarem, mas não podemos considerar isso como uma linguagem, assim como a que usamos para nos comunicar, isso se deve aos seguintes motivos:
- na dança, não há nenhuma intervenção do aparelho vocal;
- necessita de luz para que se possa transmitir a informação;
- não provoca reação no ambiente, é apenas uma ação das abelhas;
- não há diálogo;
- a dança não se deixa analisar e se decompor em menores partes;
Todos esses aspectos citados, são opostos a linguagem humana, com isso, podemos considerar que as abelhas se comunicam sim, mas através de um código de sinais (assim como um código de trânsito), mas que não possuem uma linguagem.

Epistemologia da Linguística

Existe diversos caminhos que se pode tomar quando o assunto é realizar um estudo epistemológico linguístico, que são os seguintes:
1. Vertente ontológica: estudo atraves de teorias da linguagem ligadas ao natural/ natureza, como por exemplo, se a linguagem é algo inato ou não.
2. Vertente dos Fundamentos: estudo voltado para o "surgimento" das diferentes línguas, como por exemplo, se houve uma língua mãe que deu origem a toda essa diversidade de línguas que temos hoje.
3. Vertente Metodológica: estud da organização das diversas correntes linguísticas, podenso ser realizado através de três meios: indutivo (da parte para o todo - obeserva primeiro e depois generaliza), dedutivo (através de uma observação, deduzir o que pode ter acontecido, ou está acontecendo) e abruptativo (através de um ponto pensar tudo o que aconteceu, tipo, Sherlock Holmes).

Ah, é importante ressaltar que nas abordagens epistemológicas que faremos aqui, será através da Vertente Metodológica.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Esse blog foiu criado a pedido do Prof. Dr. Baronas, da UFSCar - Universidade Federal de São Carlos, que ministra as aulas de EPISTEMOLOGIA DA LINGUÍSTICA, no primeiro ano, segundo semestre, do curso de Linguística.
Para deixá-los a par do que está acontecendo, será por aqui que ele irá nos avaliar, fazendo frequentes visitas que me valerá no final do semestre, um aprovado ou retido (DP).

Como um curso que surgiu recentemente dentro dos cursos oferecidos como nível superior, muitas pessoas têm dúvidas do que realmente é a linguística e qual seu foco de estudo, com isso, estarei postando informações sobre o curso, resenhas das minhas anotações que forem feitas em sala de aula sobre a disciplina citada acima e sempre que realizar algum trabalho, postarei também.

Por enquanto é isso, e tomara que de tudo certo =)