sábado, 30 de outubro de 2010

Neurolinguística

          Neurolinguística é a ciência que estuda a elaboração cerebral da linguagem. Ocupa-se com o estudo dos mecanismos do cérebro humano que suportam a compreensão, produção e conhecimento abstracto da língua, seja ela falada, escrita, ou assinalada. Trata tanto da elaboração da linguagem normal, como dos distúrbios clínicos que geram suas alterações.
          Interdisciplinar por natureza, este campo caminha na fronteira da Linguística, Neurobiologia e Engenharia informática, entre outros. Investigadores de várias especialidades sentem-se atraídos a ele, trazendo consigo técnicas experimentais diversificadas tal como perspectivas teoréticas altamente diferentes. O termo neurolinguística tem, historicamente, sido associado com afasiologia, o estudo de déficits linguísticos e sobre-capacidades, resultantes de formas específicas de danos cerebrais. Mas esse é um ramo diferente.
           Foi originada em meados do século XIX pelo francês Paul Broca e com o alemão Karl Wernicke. O que eles fizeram foi estudar e caracterizar a afasia (nome dado a um distúrbio de linguagem provocado por uma lesão cerebral oriunda ora por traumatismo, ora por acidentes vasculares cerebrais) de pessoas que tinham sofrido alguma lesão no cérebro, e então, depois da morte dos pacientes, a fazer exames post-mortem para determinar que áreas do cérebro haviam sido danificadas.Estudo do processamento normal e patológico da linguagem a partir de construtos e modelos elaborados no campo da Linguística, da Neuropsicologia, da Psicolingüística, da Psicologia Cognitiva. A este item vincula-se ainda o interesse por temas neurolingüísticos tradicionais como neuro-psicofisiologia da linguagem, semiologia das chamadas patologias da língua.

Psicolinguística

       Psicolingüística é o estudo das conexões entre a linguagem e a mente que começou a se destacar como uma disciplina autônoma nos anos 1950. Ela não se confunde com a Psicologia da Linguagem por seu objeto e metodologia, apesar de muitos teóricos afirmarem que a Psicolingüística é um ramo interdisciplinar da Psicologia e da Linguística. De alguma maneira, seu aparecimento foi promovido pela insistência com que o lingüista Noam Chomsky defendeu, naquela época, que a Linguística precisava ser encarada como parte da psicologia cognitiva, além de outros fatores como o interesse crescente da Lingüística pela questão da aquisição da linguagem.      A psicolingüística analisa qualquer processo que diz respeito à comunicação humana, mediante o uso da linguagem (seja ela de forma oral, escrita, gestual etc.). Essa ciência também estuda os fatores que afetam a decodificação, ou seja, as estruturas psicológicas que nos capacitam a entender expressões, palavras, orações, textos.
     A comunicação humana pode ser considerada uma contínua percepção-compreensão-produção. A riqueza da linguagem faz com que esse contínuo se processe de várias maneiras. Assim, dependendo da modalidade, visual ou auditiva do estímulo externo, as etapas sensoriais em percepção serão diferentes. Também existe variabilidade na produção da linguagem; podemos falar, gesticular ou escrever.
      Outras áreas da psicolingüística são centradas em temas como a origem da linguagem no ser humano. Algumas analisam o processo de aquisição da língua materna e também a aquisição de uma língua estrangeira. Segundo Noam Chomsky, teórico de destaque na escola inatista, os humanos têm uma Gramática Universal inata(conceito abstrato que abrange todas as línguas humanas). Já os funcionalistas, que se opõem a essa corrente de estudos, afirmam que a aquisição da linguagem somente ocorre através do contato social.
      Enfim, a Psicolinguística se interessa pela produção e compreensão da linguagem humana. A ideia é saber o que se passa na cabeça de um falante quando este fala ou ouve, tarefas estas que dizem respeito à comunicação humana.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A linguistica de Saussure

           Saussure iniciou um novo período na história das Ciências Linguísticas. Até então, o que vinha se desenvolvendo eram trabalhos com uma visão diacrônica da língua, estudando apenas a evolução das línguas, tal trabalho era realizado pela Linguística Comparada.
           Foi então, que Saussure propôs um novo método de análise da língua, passando a estudá-la sobre o ponto de vista sincrônico, ou seja, como os elementos do sistema ( a língua), funcionam no atual momento, quais são suas inter-relações, sendo então, deixado os estudos diacrônicos da língua, com isso, podemos expor uma das dicotomias elaboradas por Saussure: Diacronia x Sincronia.
           O mestre genebrino defendia que a língua era um sistema de valor puro e homogêneo, ou seja, o sistema é regido por relações arbitrárias e convencionadas. Em seus estudos, Saussure deixou de lado a fala (parole)  e se focou nos estudos sobre a língua (langue), pois, segundo ele a parole era algo individual que está sujeito a interferência de objetos externos não linguísticos,podemos entender também, a parole como  sendo as várias formas que o sujeito tem para se utilizar do sistema;  já a langue é um sistema de valores que se opõem uns aos outros,  é da ordem do coletivo, e possui uma certa homegeinidade, por esse motivo,a  langue é o objeto de estudos da Línguística. Sendo assim, nos deparados com uma das dicotomias enunciadas por Saussure: langue x parole.
         O valor do sistema de uma determinada língua, não é algo pronto, pré concebido, e sim fruto de convenções entre os falantes de uma mesma língua, o valor, se dá através das relações entre os signos, o qual, permite que nosso pensamento amorfo se organize para que sejamos capazes de compreender e expressar nossas idéias. Além disso, Saussure defende que o Signo Linguístico é composto por uma dicotomia, ou seja, Significado x Significante, o primeiro representaria o conceito que temos de de determinado significante, sendo este a imagem acústica. Um exemplo, bem simples, seria de que ao pronunciarmos a palavra "boi", vem em nossa mente o conceito que temos dessa palavra, como por exemplo: animal, ruminante, masculino., entre outros conceitos, já a imagem acústica seria a fonética palavra, no caso [´boi].
          Ainda sobre os signos, Saussure anuncia que não nenhuma relação obrigatória entre significado e significante, ou seja, quando pronunciamos a palavra boi, não há nada no aspecto fonético dessa palavras que nos remeta ao conceito (significado) que temos dessa palavra. O que podemos dizer é que há uma convenção na sociedade e que ao pronunciarmos tal palavras (imagem acústica), nos remetemos também, ao seu conceito. Nesse caso, nomeamos toda essa explicação de arbitrariedade do signo linguístico.
          Outra característica que Ferdinand destacou sobre os Signos Linguísticos diz respeito a linearidade s significante, sendo aplicada somente a ele, pois os fonemas, morfemas, lexemas e sintagmas são emitidos sob uma linearidade, uma linha.
           Ainda, podemos citar uma outra dicotomia estabelecida por Saussure: Paradigma x Sintagma. O sintagma seria a combinação de formas de uma mesmo nível linguístico para formar formas do seu nível linguístico superior, como exemplo, os fonemas ao se juntar, formam os morfemas, que ao seu agruparem entre si, vão formar os lexemas. Isso ocorre devido a dupla articulação da linguagem, que remete a essa organização para formar níveis superiores, e ainda, temos que os fonemas compõem a segunda articulação, sendo considerado elementos distintivos, já os morfemas, lexemas, sintagmas formam a primeira articulação, sendo considerados elementos significativos.
            Além disso, os sintagmas excluem a possibilidade do falante utilizar dois termos ao mesmo tempo, sendo necessário uma escolha. Por sua vez, o falante realizará essa escolha através dos paradigmas que a língua oferece, sendo esse, considerado um banco de reservas da própria língua, cuja suas unidade se opõem, pois o uso de uma, exclui o uso de outra.

"Na língua só existem diferenças."
Ferdinand Saussure

O estruturalismo

          O termo estruturalismo, é abordado pela primeira vez, no Curso de Linguística Geral - Ferdinand Saussure (1.916), segundo o qual, essa "corrente" se propunha a estudar qualquer língua como um sistema, com maior enfoque sobre a forma e a estrutura dessa língua em questão.
          De um modo geral, o estruturalismo procura as inter-relações, as estruturas, através das quais o significado é produzido dentro de uma cultura.     
          O estruturalismo, se considerarmos mundialmente, teve seu auge entre os anos de 1.940 -1.950, porém, no Brasil, o período ápice do estruturalismo foi nos anos de 1.960, tendo início em 1.942 com Mattoso Câmara.
         Há grande nomes que podemos citar como representantes do estruturalismo, tais como: Saussure, Benveniste, Bloomfield, entre outros. Os dois grandes nomes citados primeiro, pertencem ao que denominados estruturalismo europeu, já Bloomfield, pertence ao estruturalismo americano.

Estruturalismo Europeu: 
          Representantes importantes: Ferdinand Saussure, Émile Benveniste, Claude Lévi-Strauss, Jacques Lacan, Michel Foucault....
         Princípio da estrutura: as línguas são estruturadas, com isso, deve-se descrever os elementos linguísticos dentro do sistema da língua.
            Os estruturalistas europeus, divergem dos estruturalistas americanos no método de análise da línguas, estes acreditavam que primeiro se cria hipóteses e depois analisa os dados, ou seja, tarabalhavam com o método hipotético dedutivo. Iss, porque, acreditavam que a língua tinha sua própria orgaznzação interna e não se podia obter dados fora do sistema, além disso, defendiam que a língua é um sistema de signos que se decide nas relações internas.

Estruturalismo Americano: 
          Representantes importantes: Leonard Bloomfield, Franz Boas, Edward Sapir...
          Os estruturalistas americanos, são também conhecidos, como distribucionistas. Acreditavam que para se estudar uma língua deveriam partir de um conjunto de corpus o mais variado possível, e com frases ditas efetivamente, por falantes da língua em questão, em uma determinada época. O objetivo desses estudiosos era descrever as regularidades encontradas na língua, através desses corpus. 
           Com isso, podemos dizer que os estruturalistas americanos, trabalhavam com o método indutivo, ou seja, primeiro se analisa os dados reais e depois se criam as regras.
           Segue abaixo, um exemplo de análise dos distribucionistas:

                        OS       MENINOS        SÃO        LEVADOS
                          |                |                     |                    |
                       Art.           Subs.             V.L               Adj.        -- 1ª Etapa: Classificação
                          \                 /                    \                   /
                          Sintag. Nom.                    Sintag. Verb.           -- 2ª Etapa: Peq. Segmentos
                                   |                                       |
                               Sujeito                            Predicado            -- 3ª Etapa: Funções