quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um pouco mais sobre o Gerativismo...

          Retomando...
          O Gerativismo foi iniciado por Noam Chomsky, em oposição ao estruturalismo defendido por Bloomfield e seus seguuidores. Essa corrente, defendia que a linguagem era inata, sendo considerado uma "propriedade" da nossa espécie. O inatismo contava com três evidências para sustentá-los, porém, não eram suficientes:
           1. Todos os grupos humanos falam uma língua natural
           2. Todas as línguas tem o mesmo grau de complexidade
           3. A rapidez da aprendizagem de uma língua por uma criança
         Outra questão defendida pelos gerativistas, é de que a linguagem tem realidade biológica, com isso, está ligada ao organismo humando, um estudo é que ajuda a sustentar esse postulado é através do estudo das afasias:
         Afasia: dificuldade de lidar com a linguagem decorrente da lesão de alguma região cerebral especializada nas funçoes linguisticas. Se dá tanto na fala oral quanto na escrita. A afasia pode ocorrer em dois lugares distintos do cérebro, podendo ser na área de broca (afasia de broca) ou na área de Werniche (afasia de Wernicke), segue abaixo a figura para melhor identificação:

           

           Afasia de Wernicke: é uma alteração na linguagem oral e escrita, tornando a comunicação sem muita precisão, que é ocasionada por uma lesão neurológica.  Por ser causado por um transtorno primário (inflamação no conduto auditivo interno), lesão neurológica em decorrências de traumatismo crânio encefálico e/ou problema vasculares como AVC (acidente vascular cerebral) e AVE (acidente vascular encefálico).
            Alguns sintomas:
  • em alguns casos, perda da escrita
  • em alguns casos, perda da leitura compreensiva e silensiosa
  • dificuldade de narrar fatos e outros;
  • dificuldade ou incapacidade de reconhecer símbolos lingüísticos;
  • em alguns casos, o diálogo é deficiente ou quase impossível
  • dificuldade de memória.
             Afasia de Broca:  uso restrito e singular de algumas palavras, usando-as com diferentes entonações para diversos contextos. As orações construídas são simples com verbos no infinito e sem partículas de ligação
              Alguns sintomas:
  • a leitura compreensiva e silenciosa estão preservadas ou com certa dificuldades
  • entonação vocal prejudicada, ritmo lento e articulação tensa ( Broca )
          Há  ainda, um outro postulado defendido pelos gerativistas, o qual defendem que através de um número limitado de palavras se pode criar infinitos enunciados/orações capazes de exprimir o que pensamos, tal postulado nomeia-se: propriedade da infinitude discreta.

domingo, 21 de novembro de 2010

O Gerativismo

         O principal nome que podemos citar quando se fala em teoria gerativa, é de Noam Chomsky, responsável por um grande debate realizado nas Ciências Linguísticas, nos anos 50.
         O termo gerativo foi empregado devido essa teoria ser, exatamente,um sistema de regras e princípios formalizado ou explícito, o que significa que essas regras e princípios só podem ser operados sob condições específicas, sendo, no entanto, automaticamente aplicadas desde que satisfeitas essas condições podendo criar infinitas frases.
         Chomsky, defendia que o falante possue um saber inato sobre a sua própia língua, ou seja, o homem já nasce com com a linguagem, ela faz arte da natureza do homem, que permite que o indivíduo reconhece uma frase gramatical de uma estrutura agramatical. Por ser um mecanismo inato, Chomsky defende que a linguagem independe de fatores externos, do meio cultural que os falantes vivem.
         Com isso, estabeleceu-se o conceito da Gramática Gerativa: a partir de um conjunto limitado de regras, gerar um número infinito de frases. Para Chomsky, a língua não se define somente pelas frases existentes , mas também por aquelas possíveis de serem criadas a partir das regras.
         Noam Chomsky, em seu livro " Syntactic Structures", critica os seguidores de Bloomfield,, devido ao modo estruturalista que empregavam para analisar a linguagem. 
          O Gerativismo sucede o Estruturalismo, exte com ênfase apenas na gramática apresentada nos textos e aquele tem o falante idealizado (competência e desempenho).
         Atualmente, os estudos de Linguística tem por base um terceiro paradigma que sucede o Estruturalismo e o Gerativismo. Esse paradigma é a Pragmática onde o falante é o "sujeito" da ação e, defende a funcionalidade da língua e o que se denomina "gramática de uso". Nos estudos da Pragmática, a língua não é definida apenas como código com apenas o objetivo da comunicação, mas também como "interação" entre o falante e o interlocutor .

domingo, 14 de novembro de 2010

Afinal: O que é linguística?

           Acredito que a Linguística ainda é uma Ciência muito nova se comparada a outras ciências, mesmo dentro da Ciências Humanas como dentro das Ciências Exatas e Biológicas, por esse motivo, grande parte da população desconhece o que estuda e o que seria esse novo e promissor ramo das Ciências Humanas. Notei isso, porque sempre quando alguém me pergunta qual o curso faço, assim que respondo, as pessoas me olham com caras de ponto de interrogação, e sempre tenho que explicar, mesmo sendo difícil, as vezes, a gente definir o que a Linguística faz, porque ela é desmembrada em vários ramos. 
            Por esse motivo, procurei na internet alguns sites que falam sobre o que é essa nova Ciência e quais seus estudos, seus ramos de estudos. Aproveito também, para colocar nesse post algumas informações históricas da Linguística, como, por exemplo, seu surgimento....

Um pouco de história...
            A vida humana em sociedade não teria sido possível sem sistemas de signos que permitissem a comunicação. A ciência da linguística começou a se desenvolver quando os homens começaram a fazer perguntas sobre a linguagem que embalsava sua civilização. 
            O termo foi empregado pela primeira vez em meados do século XIX, para distinguir as novas diretrizes para o estudo da linguagem, em contra posição ao enfoque filológico mais tradicional. A filologia ocupa-se, principalmente, da evolução histórica das línguas, tal como se manifestam nos textos escritos e no contexto literário e cultural associado. 
           A linguística, desde o seu início vem passando por constantes transformações, como já citamos aqui, tivemos a Gramática Comparada, o Estruturalismo, e ainda, voltando um pouco na história,tivemos a linguagem vista sobre o ponto de vista dos gregos e dos romanos (os quais estudavam a língua, para protege-la, tentando impedir que o latim culto se transforma-se em uma latim Vulgar) e mais recentemente temos o Funcionalismo e o Gerativismo, que melhor abordarei em tópicos seguintes.
           Uma coisa temos como certo, segundo Eni Orlandi: O homem sempre está a procura de respostas que possam explicar a linguagem, pois ela o acompanha desde sempre, isto através da literatura, poesias, religião, lendas, entre outros. Tudo isso, mostra a curiosidade do homem pela linguagem.
        
O que é Linguística?
            Linguística é o estudo científico da linguagem e um linguista é alguém que realiza esses estudos. Como toda a ciência, ela baseia-se em observações conduzidas através de métodos, com fundamentação em uma teoria. Portanto, a função de um linguista é estudar toda e qualquer manifestação linguística como um fato merecedor de descrição e explicação dentro de um quadro científico adequado.

Linguista não é poliglota...
          Alternativamente, alguns chamam informalmente de linguista a uma pessoa versada ou conhecedora de muitas línguas, embora um termo mais adequado para este fim seja poliglota.

Divisões da Linguística:

1. No que diz respeito ao estudo da língua: 

Fonologia: estuda os menores segmentos que formam a língua, isto é, os fonemas/ estuda os diferentes sons.
Morfologia: estuda as classes de palavras, suas flexões, estrutura e formação/ estudo da estrutura interna da língua.
Sintaxe: estuda como as palavras se combinam para formas as frases.
Semântica: estuda os sentidos das frases e das palavras que a integram;
Lexicologia: o estudo do conjunto das palavras de um idioma, ramo de estudo que contribui para a lexicografia, área de atuação dedicada à elaboração de dicionários, enciclopédias e outras obras que descrevem o uso ou o sentido do léxico.
Terminologia: estudo que se dedicada ao conhecimento e análise dos léxicos especializados das ciências e das técnicas.
Estilística: o estudo do estilo na linguagem.
Pragmática: o estudo de como as oralizações são usadas (literalmente, figurativamente ou de quaisquer outras maneiras) nos atos comunicativos.
Filologia: o estudo dos textos e das linguagens antigas.

2. No que diz respeito ao foco de análise:

Linguística Descritiva ou sincrônica: fala de uma língua, descrevendo-a simultaneamente no tempo, analisa as relações existentes entre os fatos linguísticos em um estado da língua, além de fornecer dados que confirmam ou não as hipóteses. Modernamente, ela cede lugar à Linguística Teórica, que constrói modelos teóricos, mais do que descreve.
Linguística Histórica ou diacrônica: analisa as mudanças que a língua sofre através dos tempos, preocupando-se, principalmente, com as transformações ocorridas.
Linguística Teórica: procura estudar questões sobre como as pessoas, usando suas linguagens, conseguem comunicar-se; quais propriedades todas as linguagens têm em comum; qual conhecimento uma pessoa deve possuir para ser capaz de usar uma linguagem e como a habilidade linguística é adquirida pelas crianças.
Linguística Aplicada: Utiliza conhecimentos da linguística para solucionar problemas, geralmente referentes ao ensino de línguas, à tradução ou aos distúrbios de linguagem.
Linguística Geral: Engloba todas as áreas, sem um detalhamento profundo. Fornece modelos e conceitos que fundamentarão a análise das línguas.

3. Conexões com outras Ciências.

Psicolinguística: estuda a relação entre a linguagem e a mente.
Sociolinguística: estuda a relação entre a linguagem e a sociedade.
Etnolinguística: estuda a relação entre a linguagem e a cultura (cultura não no sentido de erudição ou conhecimento livreiro, mas sim como as tradições de um povo, esta cultura que todos possuem.)
Neurolinguística: é a ciência que estuda a elaboração cerebral da linguagem.
Linguística Forense: fusão entre Direito e Linguística, voltando seus estudos para identificar textos contestáveis, identificar grafias...

Geolinguística: estuda as línguas em seu contexto geográfico.

Entre outras... 

          Pretendo dedicar um post para cada alguns desdobramentos da linguística, principalmente, no que diz respeito a sua fusão com outras ciências, assim como já foi feito, com a psicolinguística e com a geolinguística.

"A Linguística é a parte do conhecimento mais fortemente debatida no mundo acadêmico. Ela está encharcada com o sangue de poetas, téologos, filósofos, filólogos,psicólogos, biólogos e neurologistas além de, não importa o quão pouco, qualquer sangue possível de ser extraído de gramáticos. "
Jornalista norte-americano Russ Rymer.

Referências:
http://www.coladaweb.com/literatura/o-que-e-linguistica
http://www.brasilescola.com/portugues/linguistica.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lingu%C3%ADstica
http://www.lendo.org/o-que-e-linguistica














segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Hipótese de Sapir-Whorf

           Em 1.921, Sapir, propôs uma nova perspectiva sobre a linguagem, sugerindo que esta influenciaria a maneira como os indivíduos pensam, ou seja, Sapir afirmava que a visão de mundo que um sujeito possui é controlada, de alguma forma, pela linguagem que esse indivíduo utiliza. 
          Além disso, Sapir acreditava que a lingüística como ciência é uma forma de libertação, uma evidente ruptura da cadeia historicamente construída.
          Por exemplo: o conceito de tempo nos tempos verbais – presente, passado, futuro. Na língua hopi não há tempos verbais, mas marcas de diferenciação sobre relato de fatos, expectativas e verdades gerais. Com isso, a noção de tempo que dos indivíduos que se utilizam de marcações verbais, é distinta da noção de tempo que os falantes da língua Hopi têm.  
          Na década de 1.940, Benjamin Whorf passou a adotar e desenvolver a hipótese de Sapir, com isso,  deu-se origem a hipótese Sapir-Whorf.
           Benjamim, também acreditava, que a linguagem fuda a realidade, restringindo o pensamento. Como exemplo para essa hipótese, temos os nomes de cores que podem variar enormemente. Em navajo, cinza e azul tem uma só palavra; em hebraico, há uma palavra para azul do céu e outra para azul do mar. Em shona, há uma só palavra para laranja, vermelho e roxo. 
         

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Gramática comparada

             A Gramática Comparada, ou Linguística Comparada, surgiu no século XVII, mas ganhou força somente no sécul XIX, com os pensamentos voltados para a idéia de um ideal universal das línguas, tendo como referentes razões bíblicas,crenças, formação de uma gramática universal, preocupando-se então com os aspectos diacrônicos das línguas, como elas evoluem, assim sendo, buscavam compará-las e  assim
encontrar parentescos entre as diversas línguas.
            Podemos citar como um nome extremamenete relevante dessa época, o alemão Franz Bopp (1791-1867), considerado o fundador da gramática comparada, o mesmo, escreveu um livro sobre a conjugação do sansctito, abrindo novas perspecivas para a linguística, sendo considerado um filólogo do sânscrito.
             Com a comparação do sânscrito com outras línguas, notou-se parentesco entre o sânscrito, línguas gregas, latinas, persas e germânicas, atribuindo a essa "família" de línguas o nome de Indo-Européias. Os estudiosos que voltam seus estudos para as línguas Indo-Européias, consideram essas línguas sendo de uma mesma família com uma origem em comum, o Indo-Europeu, o que poderiamos chamar de proto-língua. Chegou-se a essa observação através do método comparativo.
              Eni Orlandi, diz que a grande contribuição das Gramáticas Comparadas foi evidenciar que as mudanças sofridas pelas línguas são regulares, têm uma direção. Não são caóticas como se pensava. No século XIX, para mostrar a regularidade das mudanças, alguns gramáticos históricos, os neogramáticos chegaram a enunciar leis para as mudanças da língua: as leis fonéticas. Por elas, os estudiosos procuravam explicar a evolução da língua. 
                Devido aos neogramáticos que a língua  deixou de ser vista como um organismo que se desenvolve por si e passou a ser vista como um coletivo.
                 Enfim...
" A Gramática Comparada constitui-se no século XIX, a partir dos trabalhos de Franz Bopp. Caracterizou-se pela utilização do método comparativo, que consiste em comparar formar semelhantes de línguas consideradas como sendo da mesma família de línguas.A Linguística Comparada,  tem como obejtivo estabelecer correspondências entre línguas para poder estabelecer suas relações de parentesco."

Sílvio Ribeiro da Silva – Doutorando em Lingüística Aplicada

Um pouco sobre a história da Linguística

          Para entendermos melhor os momentos que a Linguística passou, poderiamos estabelecer duas fases, sendo a primeira uma fase pré linguística e a segunda uma fase linguística.

          1ª fase: Pré-Linguística - não existia uma metodologia para explicar como os fenômenos linguísticos ocorriam; a linguagem era algo secundário; não se focavam em problemas de ordem linguística
           - Gregos (século V a.C): a linguagem era vista como um produto da sociedade ou da natureza; 
           - Gramática Universal (século XVIII): existência de uma gramática comum a todas as línguas, A Gramática de Port- Royal.
           - Gramática Comparada (século XVX): todas as línguas existentes vieram de uma língua mãe, proto língua, origem em comum.
           - Neogramáticos ( final do século XIX): preocupados em explicar porque as línguas mudam, através de um modo científico.

         2ª fase:  Linguística
           - Início: trabalhos de Saussure - publicação do Curso de Linguística Geral
           - A primeira vez que se instaura um obejto de estudo de ordem do linguístico: langue. 
          - Com os trabalhos de Saussure, temos uma descrição do funcionamento das línguas, nos mostrando que os níveis linguísticos são regulares. E também, temos a exclusão do sujeito, da his´toira e do referente/objeto ( não precisa-se estar diante de um objeto para falar dele).
             Pós- Saussure: surgiram correntes que incluiam em seus estudos aquilo que Saussure deixou a deriva em seus estudos, segeu alguns exemplos:
                 Pragmática: inclui a noção de sujeito - como ao enunciar o sujeito inclui sua idéia em seu enunciado, ou seja, pensar os atos da linguagem como atos perfomativos, que indicam uma ação;
                  Filologia: inclui o histórico - trazer para seus estudos as tranformações históricas das línguas;
                  Semântica referencial: inclui a noção de objeto/referente - explicar porque os objetos têm o nome que tem. 
           Todos esses domínios que vão aparecer após Saussure, vão ser inscritos dentro de quatro grandes escolas na linguística:  estruturalismo, gerativismo, materialismo e o funcionalismo.