quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A linguistica de Saussure

           Saussure iniciou um novo período na história das Ciências Linguísticas. Até então, o que vinha se desenvolvendo eram trabalhos com uma visão diacrônica da língua, estudando apenas a evolução das línguas, tal trabalho era realizado pela Linguística Comparada.
           Foi então, que Saussure propôs um novo método de análise da língua, passando a estudá-la sobre o ponto de vista sincrônico, ou seja, como os elementos do sistema ( a língua), funcionam no atual momento, quais são suas inter-relações, sendo então, deixado os estudos diacrônicos da língua, com isso, podemos expor uma das dicotomias elaboradas por Saussure: Diacronia x Sincronia.
           O mestre genebrino defendia que a língua era um sistema de valor puro e homogêneo, ou seja, o sistema é regido por relações arbitrárias e convencionadas. Em seus estudos, Saussure deixou de lado a fala (parole)  e se focou nos estudos sobre a língua (langue), pois, segundo ele a parole era algo individual que está sujeito a interferência de objetos externos não linguísticos,podemos entender também, a parole como  sendo as várias formas que o sujeito tem para se utilizar do sistema;  já a langue é um sistema de valores que se opõem uns aos outros,  é da ordem do coletivo, e possui uma certa homegeinidade, por esse motivo,a  langue é o objeto de estudos da Línguística. Sendo assim, nos deparados com uma das dicotomias enunciadas por Saussure: langue x parole.
         O valor do sistema de uma determinada língua, não é algo pronto, pré concebido, e sim fruto de convenções entre os falantes de uma mesma língua, o valor, se dá através das relações entre os signos, o qual, permite que nosso pensamento amorfo se organize para que sejamos capazes de compreender e expressar nossas idéias. Além disso, Saussure defende que o Signo Linguístico é composto por uma dicotomia, ou seja, Significado x Significante, o primeiro representaria o conceito que temos de de determinado significante, sendo este a imagem acústica. Um exemplo, bem simples, seria de que ao pronunciarmos a palavra "boi", vem em nossa mente o conceito que temos dessa palavra, como por exemplo: animal, ruminante, masculino., entre outros conceitos, já a imagem acústica seria a fonética palavra, no caso [´boi].
          Ainda sobre os signos, Saussure anuncia que não nenhuma relação obrigatória entre significado e significante, ou seja, quando pronunciamos a palavra boi, não há nada no aspecto fonético dessa palavras que nos remeta ao conceito (significado) que temos dessa palavra. O que podemos dizer é que há uma convenção na sociedade e que ao pronunciarmos tal palavras (imagem acústica), nos remetemos também, ao seu conceito. Nesse caso, nomeamos toda essa explicação de arbitrariedade do signo linguístico.
          Outra característica que Ferdinand destacou sobre os Signos Linguísticos diz respeito a linearidade s significante, sendo aplicada somente a ele, pois os fonemas, morfemas, lexemas e sintagmas são emitidos sob uma linearidade, uma linha.
           Ainda, podemos citar uma outra dicotomia estabelecida por Saussure: Paradigma x Sintagma. O sintagma seria a combinação de formas de uma mesmo nível linguístico para formar formas do seu nível linguístico superior, como exemplo, os fonemas ao se juntar, formam os morfemas, que ao seu agruparem entre si, vão formar os lexemas. Isso ocorre devido a dupla articulação da linguagem, que remete a essa organização para formar níveis superiores, e ainda, temos que os fonemas compõem a segunda articulação, sendo considerado elementos distintivos, já os morfemas, lexemas, sintagmas formam a primeira articulação, sendo considerados elementos significativos.
            Além disso, os sintagmas excluem a possibilidade do falante utilizar dois termos ao mesmo tempo, sendo necessário uma escolha. Por sua vez, o falante realizará essa escolha através dos paradigmas que a língua oferece, sendo esse, considerado um banco de reservas da própria língua, cuja suas unidade se opõem, pois o uso de uma, exclui o uso de outra.

"Na língua só existem diferenças."
Ferdinand Saussure

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